quarta-feira, 30 de outubro de 2019

No Vaticano, governadores da Amazônia apresentam avaliação sobre o Sínodo


"O bem-viver e o desenvolvimento sustentável dependem de uma série de atitudes e premissas. Em primeiro lugar, que o reconhecimento de que há simultaneamente uma crise ambiental e crise social", declarou Flávio Dino, participante do encontro.

Governadores de 30 estados de oito países da região amazônica participaram nesta segunda-feira (28) de uma reunião na Academia de Ciências do Vaticano, para apresentar diretrizes que garantam a aplicação das resoluções do Sínodo da Amazônia, encerrado no domingo com uma missa do Papa Francisco.

Segundo o Vaticano, o objetivo da cúpula, promovida pela Pontifícia Academia das Ciências, pelo Consórcio de Governadores da Amazônia Brasileira e pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, foi o de examinar a mensagem do Papa Francisco no Sínodo da Amazônia e os resultados da cúpula. O encontro também teve como meta dar aos governadores a oportunidade de apresentar compromissos com o desenvolvimento sustentável na região.

“O bem-viver e o desenvolvimento sustentável dependem de uma série de atitudes e premissas. Em primeiro lugar, que o reconhecimento de que há simultaneamente uma crise ambiental e crise social. Em segundo lugar, que o cumprimento de compromissos internacionais não representam um quebra de soberania. E, finalmente, a necessidade dos países mais ricos assumirem responsabilidades diferenciadas […] que eles assumam encargos proporcionais aos danos que eles já provocaram”, declarou o governador do Maranhão, após o encontro, afirmando que é importante garantir o cumprimento das propostas do Sínodo.

Documento
No sábado (26), foi divulgado um documento de 33 páginas, com propostas como a ordenação de homens casados para atuar na Amazônia, a criação do “pecado ecológico”, o respeito à religiosidade não cristã indígena e o estabelecimento de um “observatório pastoral socioambiental”. Além disso, o documento mirou no modelo de desenvolvimento da região, destacando a presença de extrativismo ilegal e desmatamento e a adoção de projetos econômicos que prejudicam o meio ambiente, com respaldo de governos.

Já no domingo, Francisco realizou uma missa em que criticou a política predatória com relação ao meio ambiente e relembrou o passado perverso da Igreja Católica com relação aos indígenas e ao processo de colonização do Brasil. "Quantas vezes quem está à frente, como o fariseu relativamente ao publicano, levanta muros para aumentar as distâncias, tornando os outros ainda mais descartados. Ou então, considerando-os atrasados e de pouco valor, despreza as suas tradições, cancela suas histórias, ocupa os seus territórios e usurpa os seus bens", disse o Papa.
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