quarta-feira, 12 de junho de 2019

Igreja pan-amazônica, desfazendo o Brasil


Criar um santuário ecológico desmembrando oito nações sul-americanas?
Forjar uma nova realidade místico-tribal no território amazônico apagando fronteiras e passado das nações?

Parece absurdo, mas essa é a ideia que explica o fundo do chamado Corredor Tríplice A (Corredor Andes-Amazônia-Atlântico) ou Caminho da Anaconda.
O projeto engoliria de início 200 milhões de hectares desde os Andes até o Atlântico, ou uma terça parte da superfície amazônica.
O projeto é tido por seus promotores como a “última loucura” em matéria ambientalista.

O principal promotor é a Fundação Gaia Amazonas[1], presidida por Martin von Hildebrand, que há três anos vem arregimentando ONGs internacionais, ministérios, academias de ciência, reservas indígenas e o próprio Vaticano.
Uma grande reportagem sobre o ameaçador projeto foi publicada pelo jornal colombiano “El Espectador”.

A reportagem sublinha, bem no espírito da manobra, que “a ideia é tão maluca que, por isso mesmo, é possível”.
Para quem folheia a literatura verde ambientalista não é bem uma doidice mas um plano inteiramente de acordo com as mais extremadas metas da revolução ambientalista.

Essa revolução que veio ocupar o vácuo deixado pelo fracasso do comunismo e que é bafejada pelos mais inesperados e altos centros de poder.
Sim dos mesmos que promovem a destruição da família, dos países e da civilização racional, ocidental e cristã, e conspurca o nome de Cristo.
O primeiro aspecto de loucura é dado pela extensão das áreas que acabariam sendo arrancadas da soberania de nove países (Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname) e do bioma amazônico, incluindo os nove estados da Amazônia Legal[2].

Os Seminários Laudato Sì foram realizados nos vários cantos desse território, dialogando com as realidades locais a partir da encíclica Laudato Sí do papa Francisco.

A região amazônica é um dos maiores berços de biodiversidade ecológica e cultural do planeta. A preocupação da Igreja com esta região é histórica e volta-se para o cuidado e proteção desta grande Casa Comum.

O plano absorveria 385 comunidades indígenas e afetaria 30 milhões de pessoas.
Essa população está sentando as bases da civilização na região. Mas, segundo os sonhadores extremistas teria que desistir.


Índios, ONGs internacionais, sem-terra, quilombolas, teologia da libertação entre outros seriam os agentes preferidos da “Igreja pan-amazônica” ecologicamente integrada na natureza. O Brasil ficaria para atrás até ser esquecido inteiramente e desaparecer.
Essa população está sentando as bases da civilização na região. Mas, segundo os sonhadores extremistas teria que desistir da civilização e se integrar numa nova e confusa entidade místico-tribalista ou acabar abandonando a área.

O promotor visível dessa utopia é Martin von Hildebrand, 74 anos, colombiano por adoção, nascido em Nova York, que promoveu em seu país a criação do Parque Chiribiquete, com uma área de 200.000 quilômetros quadrados de reservas indígenas, nos anos 1980.

Ele é responsável pela introdução na Constituição da Colômbia da definição do país como “nação pluricultural e multiétnica”, em 1991.

O termo pode soar extravagante, mas está carregado de consequências profundas.

Na realidade, essa utopia irracional vinha sendo “cozinhada” há pelo menos 30 anos.

Mas em 2017 recebeu um impulso definitivo vindo do Vaticano: o anúncio da convocação de um Sínodo especial em 2019 que vai desenhar o rosto da uma “Igreja pan-amazônica” ecológica e religiosamente integrada no conjunto bio-geográfico.

Em geral as propostas ambientalistas precisam criar um pânico que justifique a imensidade da transformação projetada.

O IDEAM (Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais) espalha que “pela primeira vez na história, estava sendo perdida a conexão entre os Andes e a Amazônia. A água de quase todo o continente depende dos 200 bilhões de toneladas que viajam do oceano Atlântico e são absorvidas pela flora da Amazônia”.

Em outras palavras o “ciclo da agua” na Amazônia correria o risco de ser quebrado. Há tempos ouvimos falar da desertificação da Amazônia, outro bicho papão parente do “aquecimento global”, do “derretimento dos polos”, do crescimento dos oceanos, etc., etc.

O culpado da “desertificação” é, como sempre, o homem e sua civilização. 73 hidrelétricas em territórios indígenas, 35 milhões de hectares concedidos à mineração figuram entre as piores “ameaças”.

Mapa inicial do projeto Corredor da Anaconda, ou Tríplice AAA. Metade das terras já foram isoladas pelos governos
Os dados positivos, segundo os promotores da “loucura” pan-amazônica, são a criação de reservas indígenas, reversas florestais e parques nacionais nos países vítimas desta utopia.

Como fez notar o Dr. em Ecologia Evaristo de Miranda em conferencia pública no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira – IPCO, a criação dessas áreas reservadas vem sendo executada com admirável sincronia.

Embora pareçam obedecer a setores de critérios diversos, elas se encaixam no mapa na perfeição e vão reduzindo o Brasil habitável e cultivável a farrapos de território cada vez mais pequenos.

Segundo a Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada – RAISG, nos anos 1990, dois quartos (50%) dos 700 milhões de hectares que compõem a Amazônia estavam sob alguma figura de proteção.

Nesse contexto ganhou agressividade o movimento indigenista dirigido e estimulado por ONGs ambientalistas multinacionais e organismos eclesiásticos como o Conselho Indigenista Missionário do Brasil, tentáculo da CNBB.

Essa forma de subversão não é exclusiva do Brasil. Existe nos países vizinhos promovida pelas mesmas ONGS internacionais, teorias e missionários comuno-progressistas.

Por isso, comemora Hildebrand “esses antecedentes foram chaves” e “quando fomos ver o mapa, o corredor já estava praticamente feito”.
Faltou dizer que foi feito sorrateiramente. Agora tratar-se-ia de dar o golpe final à soberania dos países, revelando o vulto total e único do plano.

Harol Rincón Ipuchima, um dos diretores da Coordinadora de las Organizaciones Indígenas de la Cuenca Amazónica (Coica), que reúne os indígenas seduzidos pela proposta estrangeira, louva a Hildebrand como o homem que tem os contatos com os governos e ministros do mundo, agindo como “uma paciente aranha tecelã”.

O Corredor da Anaconda teria um governo autônomo apresentado como fruto de uma “cooperação internacional que respeite a autonomia dos governos e das comunidades indígenas, aproveitando acordos internacionais, muitos deles já assinados”, explicou Hildebrand.

Entre eles o Tratado de Cooperação Amazônica de 1978 e a COP 21 da ONU, de 2015, que definem a Amazônia como território que deve ser protegido.

A nova realidade pan-amazônica teria uma tendência separatista como a da Catalunha hoje.
O perigo mor para Martin von Hildebrand é a reação do Brasil pois é o país que vai ser mais ferozmente despojado.

A ele pertence o 46% da Amazônia e quase a metade do território a ser absorvido pela futura entidade místico-tribal-ecologia pan-amazônica.

O ministro de Meio Ambiente, José Sarney Filho, fez público seu compromisso com o projeto em 2016, anunciando o Programa Corredores, diz a reportagem do jornal colombiano.
Com esse gesto comprometeu “apenas” mais 12 milhões de hectares para o projeto até 2020. Os estados de Amapá, Pará e Roraima seriam dos mais atingidos pelo Corredor.

O escândalo mundial contra a decisão soberana brasileira sobre a exploração da Floresta Nacional de Jamanxim, no Pará, revelou a amplitude das forcas internacionais engajadas no projeto.

Jamanxim está incluído no corredor e o presidente Temer acabou cedendo à pressão interna e externa combinadas.

Segundo o jornal colombiano, Hildebrand teria convertido o Vaticano numa “maloca”, por natureza a principal, da nova entidade que está sendo gestada contra os países sul-americanos.

Ele teria viajado duas vezes em 2017 ao Vaticano para explicar a manobra.
E, ali teria recebido uma cálida acolhida de Mons. Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da Academia de Ciências do Vaticano, colaborador argentino do Papa Francisco e grande promotor dos “movimentos sociais” no mundo.

Em uma viagem à Colômbia, o próprio papa Francisco falou especificamente da Amazônia.

Por fim anunciou um Sínodo especial em de 6 a 27 de Outubro de 2019 para programar no que nos corredores do Vaticano vem sendo definida como a nova “Igreja amazônica”.

Tal vez um modelo para a Igreja universal.
O Papa não teria falado do projeto só por causa do corredor ou de Hildebrand.
“Mas, sim, significa que este projeto tem cada vez mais eco em ouvidos poderosos”, conclui o jornal.

O Brasil é Terra de Santa Cruz e esses ouvidos poderosos podem aguardar sentados se tentarem desgarrá-lo em aras de uma utopia que de cristã só tem o nome.
[1] A Fundação Gaia Amazônia é uma filial da Gaia Foundation, estreitamente vinculada à Casa de Windsor, a família real britânica, tendo no seu conselho de curadores de quatro membros, Jules Cashford escritora, palestrante e autora de livros sobre mitologia, Edward Posey ex-piloto da RAF trabalhou para o National Service inglês (órgão responsável pelo recrutamento militar) e um tempo depois se viu emocionado com a situação do mundo que dedica os últimos trinta anos de sua vida a atividades filantrópicas como a de imiscuir nos países do terceiro mundo, recebeu a Ordem do Império Britânico (OBE) por serviços ao governo inglês na Gaia Fondation (está assim no seu currículo no site!), além de um engenheiro norte-americano ainda temos a Marquesa de Worcester, a conhecida Marquesa Verde. Ativista social e ambiental e a última causa que ela abraçou em 2013 é a de que as nobres inglesas possam guardar os seus títulos de nobreza através da linha feminina, algo extremamente importante para o movimento feminista internacional.

A ideia deste projeto é unificar todas as áreas indígenas para que nelas sejam introduzidas o conceito de AATIs – Associations of indigenous Tradicional Authorities, um conceito de autogovernação das tribos indígenas sob a orientação da Gaia Fondation (fica implícito), pois segundo “É um único modelo de responsabilidade compartilhada para a proteção da floresta amazônica.” (Só não dizem com quem que será compartilhada esta responsabilidade).

Esta sugestão vai ser levada pelo Presidente Santos para COP 21 em Paris, objetivo, salvar o mundo do aquecimento climático.
COP 21 da ONU, novembro de 2015, que definem a Amazônia como território que deve ser protegido.

Este plano já é divulgado em toda a imprensa internacional e aqui no Brasil a repercussão não existe.


[2] A Amazônia Legal é uma área na região da floresta amazônica, que envolveu nove estados brasileiros: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte dos estados do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

O conceito da Amazônia Legal foi criado pela lei 1.806 de 06 de janeiro de 1953.

O objetivo da criação da Amazônia Legal foi promover e planejar o desenvolvimento da região. O desenvolvimento da região é de responsabilidade de uma autarquia federal chamada de SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).

Dados da Amazônia Legal:
- Território: 5.020.000 km² (aproximadamente) - corresponde a cerca de 60% do território brasileiro.
 - Principal tipo de vegetação: Floresta Amazônica.
 - População indígena habitante: cerca de 55% de todos os índios brasileiros.
 - Principais atividades econômicas: extrativismo vegetal e mineral, agricultura, pesca, atividade industrial (principalmente na Zona Franca de Manaus), comércio e serviços (nas cidades de porte médio e capitais dos estados).

Referências: 
Lei Complementar n°124, de 3 de janeiro de 2007 e vinculada ao Ministério da Integração Nacional.

Referências Iupan:
Corredor da Anaconda.
Triplo A: o controverso corredor ecológico que ligaria os Andes ao Atlântico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Site IUPAN.

Será feita moderação em casos de desrespeito, xingamentos, palavrões, propagandas sem autorização (spam).