segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Conselho de Cardeais: continuam trabalhos sobre nova Constituição Apostólica


A atividade do Conselho ateve-se a aprofundar dois aspectos sobre cuja importância o esboço da nova Constituição Apostólica insiste: as relações entre a Cúria e as Conferências Episcopais e a presença dos fiéis leigos, homens e mulheres, nos papeis decisórios nos departamentos da Cúria e nos outros organismos da Igreja, e a estudar as bases teológico-pastorais destes aspectos

Cidade do Vaticano

O Conselho de Cardeais reuniu-se, como previsto, durante três dias: de segunda a quarta-feira (2 a 4/12) – lê-se num comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé. Estiveram presentes os cardeais Pietro Parolin, Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, Reinhard Marx, Seán Patrick O’Malley, Giuseppe Bertello e Oswald Graciais. Com eles, o secretário do Conselho, dom Marcello Semeraro.
O Santo Padre participou dos trabalhos, com exceção para quarta-feira, 4 de dezembro, durante a audiência geral, e compativelmente com alguns compromissos. A última reunião desta sessão, na tarde desta quarta-feira.

A atividade do Conselho ateve-se a aprofundar dois aspectos sobre cuja importância o esboço da nova Constituição Apostólica insiste: as relações entre a Cúria e as Conferências Episcopais e a presença dos fiéis leigos, homens e mulheres, nos papeis decisórios nos departamentos da Cúria e nos outros organismos da Igreja, e a estudar as bases teológico-pastorais destes aspectos.
 
Ademais, o Conselho recebeu do cardeal Michael Czerny, S.J., uma avaliação dos trabalhos da Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Região Pan-Amazônica, e refletiu, também à luz de algumas considerações oferecidas pelo cardeal O’Malley, sobre a elaboração do documento pós-sinodal.
O cardeal Marx ilustrou as modalidades segundo as quais se dará o próximo Caminho sinodal na Alemanha e os temas sobre os quais os trabalhos se debruçarão.
Desde setembro até poucos dias antes do início da sessão, continuaram chegando algumas sugestões sobre o texto da nova Constituição Apostólica, cuja leitura e avaliação prosseguirão na próxima sessão de fevereiro de 2020.
Fonte: Vatican News

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Conselho de Cardeais realiza última reunião do ano no Vaticano


Começou em Roma a 32ª reunião do Conselho de Cardeais, que assessora o Papa Francisco sobre a reforma da Cúria Vaticana. Este novo encontro será decisivo, pois se centrará no estudo de um projeto da Constituição Apostólica sobre a Cúria.


Este novo esboço é mais um passo para a redação final da Constituição, cujo título provisório é Praedicate evangelium e que conta com numerosas contribuições realizadas pelas diferentes Conferências Episcopais.

Os cardeais se reuniram cinco vezes no Vaticano, neste ano, para a elaboração de uma nova Constituição Apostólica.

Da Redação, com Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé
Teve início nesta segunda-feira, 2, a 32ª Reunião do Conselho dos Cardeais. O Papa Francisco participou do encontro que trabalha na elaboração da nova Constituição Apostólica referente a reforma da Cúria Romana.

O documento, que tem como título provisório Praedicate evangelium, terá como base as contribuições recebidas das conferências episcopais, as observações precisas dos dicastérios da Cúria Romana e as sugestões fornecidas pelos órgãos interessados.

Fazem parte dos trabalhos, o secretário de estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, S.D.B., cardeal Reinhard Marx, cardeal Seán Patrick O’Malley, O.F.M. Cap., cardeal Giuseppe Bertello e o cardeal Oswald Gracias. Além do secretário do Conselho, Dom Marcello Semeraro e o secretário adjunto, Dom Marco Mellino.

No encontro anterior, realizado entre os dias 17 e 19 de setembro, foi definida a agenda das reuniões de 2020. Este encontro, o último do ano, será concluído na próxima quarta-feira, 4.
O grupo criado pelo Papa Francisco se reúne periodicamente desde outubro de 2013, principalmente para a reorganização dos dicastérios do Vaticano. Neste ano, os cardeias tiveram cinco reuniões em Roma.
Fonte: Vatican News.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Sínodo Amazônico. Divulgados os membros do Conselho pós-sinodal


Em relação ao processo de reforma da Cúria Romana, o percurso está bem além: está para se completar. Está para se completar no âmbito de proposta feita ao Papa. Sabemos que ele logo tomou consciência de algumas incorporações dos pontifícios conselhos: sobre os leigos, família e vida existe uma homogeneidade e consequencialidade temática; o Dicastério para a promoção do desenvolvimento humano integral não se contenta apenas com a retomada das estruturas precedentes, mas executa unilateralmente o projeto do documento conciliar "Gaudium et Spes"; de grande relevância é também outro dicastério, o da Secretaria para a Comunicação que absorve funções certamente pastorais, anteriormente exercidas pelo Pontifício Conselho das Comunicações Sociais. Junto com a tarefa pastoral de orientação, a Secretaria para a Comunicação tem também uma enorme responsabilidade administrativa. Pela importância do tema da comunicação é um dicastério central no projeto de reforma da Cúria Romana".

Dom Semeraro: “O Papa os escolheu como membros desse Conselho de bispos, os escolheu para que sejam de alguma forma antenas sensíveis que possam de alguma forma captar as instancias das Igrejas locais. O Conselho de Cardeais é uma estrutura sinodal. Sendo formado por bispos, é um organismo que se coloca dentro da colegialidade episcopal. Por outro lado, trabalha não somente em ajuda ao Papa, mas também a serviço das Igrejas particulares.

São 16 membros que formam o Conselho pós-sinodal do Sínodo especial para a Região Pan-Amazônica com a tarefa de aplicar as indicações da Assembleia dos Bispos realizada de 6 a 27 de outubro passado.

A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou este sábado (23/11) os nomes dos 16 membros do Conselho pós-sinodal do Sínodo especial para a Região Pan-Amazônica, ao qual cabe a tarefa de aplicar as indicações da Assembleia dos Bispos. Treze deles foram eleitos por maioria absoluta durante a 15ª Congregação Geral do Sínodo amazônico, realizada em 25 de outubro passado.

Três membros com nomeação pontifícia
Os outros três são de nomeação pontifícia e representam especificadamente os povos indígenas. Trata-se de: Irmã Laura Vicuña Pereira Manso, C.F, agente pastoral junto ao povo Karipuna, no Brasil; a Sra. Patrícia Gualinga, líder indígena na defesa dos direitos humanos das comunidades Kichwa de Sarayaku, no Equador; e o Sr. Delio Siticonatzi Camaiteri, membro do povo Ashaninca, grupo étnico amazônico no Peru. Vale recordar que, até então, religiosos e leigos jamais fizeram parte de um Conselho pós-sinodal.

Treze membros eleitos
Quanto aos treze membros eleitos, eles representam os países principais que constituem a Região pan-amazônica: 4 provêm do Brasil (o arcebispo emérito de São Paulo, presidente da Comissão para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e presidente da Rede eclesial pan-amazônica – Repam, cardeal Cláudio Hummes; o arcebispo de Belém do Pará, dom Alberto Taveira Corrêa; o arcebispo de Porto Velho - RO, dom Roque Paloschi; e o bispo emérito da Prelazia do Xingu - PA, dom Erwin Kräutler); 2 da Bolívia (o bispo de Potosí e presidente da Conferência episcopal, dom Ricardo Ernesto Centellas Guzmán; e o vigário apostólico de Pando, dom Eugenio Coter); 2 da Colômbia (o vigário apostólico de Puerto Leguízamo-Solano, dom Joaquín Humberto Pinzón Güiza; e o vigário apostólico de Inírida, dom Joselito Carreño Quiñónez); 2 do Peru (o arcebispo de Huancayo e vice-presidente da Repam, cardeal Pedro Ricardo Barreto Jimeno; e o vigário apostólico de Puerto Maldonado, dom David Martínez De Aguirre Guinea); 1 da Guiana Francesa (o bispo de Cayenne, dom Emmanuel Lafont); 1 da Venezuela (o vigário apostólico de Puerto Ayacucho, dom Jonny Eduardo Reyes Sequera) e 1 do Equador (o vigário apostólico de Puyo, dom Rafael Cob García).

sábado, 23 de novembro de 2019

Obervador católico na Assembleia Geral da Aliança Evangélica Mundial

Monsenhor Gómez representou o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Cerca de 800 participantes refletiram sobre a colaboração entre líderes cristãos.

Pela primeira vez a Igreja Católica foi convidada a enviar um observador para a Assembleia Geral da Aliança Evangélica Mundial (WEA, sigla em inglês).
O Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Pcpcu) foi representado por Monsenhor Juan Usma Gómez, diretor de escritório da seção ocidental e coordenador católico da III Série de Consultas Internacionais com a WEA.
O cardeal Kurt Koch enviou uma mensagem ao Secretário-Geral do organismo, bispo Efraim Tendero, dirigida aos participantes da Assembleia.
O encontro, realizado em Jacarta na Indonésia, de 7 a 13 de novembro de 2019, teve por tema "Que venha o seu Reino".

800 participantes de mais de 80 países
Onze anos após a precedente Assembleia Geral, os participantes, cerca de 800 pessoas provenientes de mais de 80 países, puderam refletir sobre os atuais desafios da Igreja, em particular sobre a colaboração entre líderes cristãos de diferentes gerações.
Ao final do encontro foi reiterada a urgência do anúncio do Evangelho, em obediência ao mandato missionário, e foi comunicada a intenção de criar Alianças Evangélicas Nacionais em todos os países do mundo, além de ser lançada a iniciativa “A década para fazer discípulos 2020-2030".
Fonte: Vatican news

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Reforma Inglesa e viri probati

Séc. 16: Reforma Inglesa ou Reforma anglicana, foi uma série de eventos ocorridos no século XVI através dos quais a Igreja da Inglaterra rompeu com a autoridade do Papa e a Igreja Romana. A situação da Inglaterra não era diferente, com a diferença que sua Igreja fora independente no passado, que sempre tinha mantido uma relativa autonomia, e que recebera a influência da Pré-Reforma de John Wycliffe.

Sobre Rei Henrique VIII (8) (1491-1547)
A Reforma Inglesa está associado a um processo mais amplo da Reforma Protestante, um movimento políticoreligioso que afetou as práticas da fé cristã em todo o continente europeu. Muitos fatores contribuíram para esse processo, como o declínio do feudalismo e a ascensão do nacionalismo, o advento do Direto comum, a invenção da prensa móvel por Gutenberg e o conseqüente aumento do número de Bíblias disponíveis, a difusão de conhecimento e novas idéias entre acadêmicos, as classes média e alta e os leitores em geral.

Entretanto, a Reforma Inglesa que também abrangeu o País de Gales e a Irlanda, foi em grande parte impulsionada por mudanças na política do governo inglês, às quais a opinião pública foi gradativamente se acostumando.

A decisão do rei inglês rei Henrique VIII(1491-1547), de mudar a religião oficial do país, tornando oficial uma igreja criada especialmente para tal propósito, com ritos similares ao do catolicismo, mas que teria como chefe supremo o monarca inglês no lugar do papa.

Tal mudança foi promulgada em 1534, e deriva da recusa do papa em aceitar o divórcio de Henrique e sua primeira esposa, a rainha espanhola Catarina de Aragão. O resultado é o rompimento do rei inglês com a igreja católica. O rompimento trazia a vantagem de acabar com a influência da igreja na política da Inglaterra e deixava a nobreza local livre para apossar-se das terras e dos bens da igreja. Esses fatores serviriam para fortalecer o poder da monarquia inglesa.

Logo após é instituído o anglicanismo, onde o rei é reconhecido como chefe supremo da igreja da Inglaterra.
Mediante juramento, os ingleses deviam submeter-se ao rei e não ao papa, para evitarem perseguições da justiça ou serem mesmo excomungados. A resistência a tais mudanças foi mínima, com destaque para Tomas More, o autor do livro Utopia, que recusou a conversão e foi executado.
Os sucessores de Henrique VIII(1491-1547) teriam, porém, que lidar com uma série de lutas religiosas internas.

No governo de Eduardo VI (1547-1553), tentou-se implantar o calvinismo no país. Depois, com Maria Tudor (1553-1558), filha de Catarina de Aragão, ocorre a reação católica. O casamento da rainha com o católico Felipe II da Espanha faz da reforma religiosa uma questão nacional. Em 1559 a rainha Elizabeth I renova a soberania da coroa sobre a igreja e ratifica a liturgia anglicana, com a mistura de elementos do catolicismo e da doutrina calvinista reformada.

A Igreja da Inglaterra deixou de ser católica romana para ser católica reformada. Contribuiu decisivamente para que a reforma de Henrique sobrevivesse o Arcebispo de Cantuária, Thomas Cranmer, mentor teológico da reforma e elaborador do Livro de Oração Comum, que contém a Liturgia básica utilizada na Igreja Anglicana e que no reinado de Elizabeth se torna o líder máximo dos anglicanos.

Ainda hoje, a igreja anglicana continua como a corrente religiosa predominante no Reino Unido, tendo uma posição de destaque dentro da constituição do país. Com a expansão marítima do país, a denominação se espalha pelo mundo todo, havendo seguidores da igreja anglicana em boa parte dos antigos territórios que faziam parte do império britânico. O cristianismo de denominação católica segue como segunda religião mais importante.

A reforma Inglesa começou mais como uma disputa política do que teológica. As diferenças políticas entre Roma e a Inglaterra permitiram que os atritos teológicos já existentes se tornassem ainda maiores. Até o rompimento com Roma era o Papa e os concílios gerais da Igreja que decidiam a doutrina. A Igreja da Inglaterra era governada pelo código de direito canônico com jurisdição final em Roma. As contribuições à Igreja eram pagas diretamente a Roma e o Papa tinha a palavra final na nomeação dos bispos.

O rompimento com a Igreja de Roma entrou em efeito através de uma série de atos do Parlamento aprovados entre 1532 e 1534, dentre os quais o Ato da Supremacia, que declarava o rei Henrique VIII como "Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra na Terra". Maria I renunciou a este título em 1553, quando restaurou a jurisdição papal; mais tarde, em 1559, Elizabeth I reafirmou a supremacia real sobre a Igreja ao adotar o título de "Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra". A autoridade final em disputas doutrinais e legais agora pertencia ao monarca e o papado foi privado da arrecadação da Igreja e da palavra final na nomeação dos bispos.

A teologia e a liturgia da Igreja da Inglaterra se tornaram marcadamente protestantes durante o reinado de Eduardo VI, filho de Henrique, graças às regras estabelecidas por Thomas Cranmer, então arcebispo de Cantuária. Sob Maria I, o processo de reforma foi revertido e a Igreja da Inglaterra foi novamente submetida à jurisdição papal. Em seguida, Elizabeth I reintroduziu a fé protestante, mas de uma maneira mais moderada. A estrutura e a teologia da Igreja tornaram-se alvo de uma disputa feroz durante gerações. O aspecto violento dessas disputas, manifestado durante a Guerra Civil Inglesa, acabou quando o último monarca católico, Jaime II foi deposto e o Parlamento pediu a Guilherme III e Maria II que governassem em conjunto. Além disso, após a edição da Declaração de Direitos de 1689 (durante a Revolução Gloriosa) emergiu uma política eclesiástica com uma igreja estabelecida e um número de pequenas igrejas independentes cujos membros, num primeiro momento, sofreram uma série de perseguições civis que acabaram ao longo do tempo. O legado do antigo status quo católico permanece uma questão de discussão ainda hoje. Alguns fiéis permaneceram católicos e, como forma de forçá-los a adotar o sistema britânico, a Igreja deles permaneceu ilegal até o século XIX.

A Inglaterra esteve próxima de Roma por quase mil anos antes que as duas igrejas, divididas em 1534, durante o reinado de Henrique VIII. A separação teológica havia sido criada dentro da igreja britânica através de movimentos como os Lollards, mas a Reforma Inglesa obteve verdadeiro apoio político quando Henrique VIII subiu no trono inglês em 1509.

Referências:
Henrique VIII de Inglaterra página oficial da monarquia britânica

Falta de padres
O celibato é uma norma da Igreja Católica para a maioria dos padres no Ocidente – a regra nasceu ligada à questão da propriedade dos clérigos, que passava de pai para filho, mas ao longo dos séculos assumiu um significado mais teológico, permitindo um “serviço” aos fiéis de forma mais exclusiva e independente.

Nas igrejas de tradição oriental, o celibato não é obrigatório, assim como na Igreja Ortodoxa. Além disso, o Papa Bento XVI abriu a possibilidade para que padres anglicanos casados pudessem se converter ao catolicismo e manterem suas famílias mesmo depois que virassem padres católicos.

“Para o indígena, o branco até pode ser celibatário, mas para eles mesmos é necessário que um homem se junte a uma mulher e cuide da sua casa primeiro, como diz a carta de São Paulo a Timóteo [na Bíblia]”, declarou o bispo emérito do Xingu.
“Na Primeira Epístola a Timóteo, São Paulo lista as virtudes de um bispo: entre elas, ser bom marido. 1 Timóteo 3”.


2009:

Diocese Anglicana da Amazônia

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

COP26 a Cúpula para Ação Climática 2020


O primeiro grande evento será a Cúpula para Ação Climática, convocada pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres(2017/2022). Ela será realizada provavelmente no Reino Unido, que será realizada no final de 2020.

O governo britânico acredita poder usar a oportunidade da COP26, em um eventual mundo pós-Brexit (após a saída do Reino Unido da União Europeia), para mostrar que a Grã-Bretanha tem força para construir a vontade política para os avanços necessários, da mesma forma que os franceses usaram sua força diplomática para fazer o acordo de Paris acontecer.

"Se obtivermos sucesso em nossa oferta (para sediar a COP26), garantiremos a construção do acordo de Paris e refletiremos as evidências científicas de que precisamos ir mais longe e mais rápido", disse recentemente o ministro do Meio Ambiente do Reino Unido, Michael Gove - em sua provável última fala no cargo (ele terá outro cargo no gabinete do novo premiê, Boris Johnson, que assumiu 24/jul, na quarta-feira).

"E precisamos da COP26 para garantir que outros países levem a sério suas obrigações e isso significa liderar pelo exemplo. Juntos, devemos tomar todas as medidas necessárias para restringir o aquecimento global a pelo menos 1,5ºC."

A percepção do príncipe Charles de que os próximos 18 meses são críticos é compartilhada por alguns representantes de países nas negociações sobre clima.

"Nosso grupo de pequenos estados insulares em desenvolvimento compartilha do sentimento do príncipe Charles da profunda urgência por uma ação climática ambiciosa", disse a embaixadora Janine Felson, de Belize, estrategista-chefe do grupo da Aliança dos Pequenos Estados Insulares da ONU.

"De uma só vez, somos testemunhas de uma convergência coletiva da mobilização pública. Os impactos climáticos estão piorando e há fortes alertas científicos que dão pedem uma liderança climática decisiva".
"Sem dúvida, 2020 é um prazo importante para que a liderança finalmente se manifeste."

Razões para ser pessimista
A provável COP no Reino Unido em 2020 também poderia ser o momento em que os EUA finalmente deixariam o acordo de Paris, conforme Donald Trump anunciou em 2017.

Mas se Trump não vencer nas eleições americanas do próximo ano, a posição do país pode mudar. Um presidente democrata, por exemplo, provavelmente reverteria a decisão.
Qualquer passo pode ter enormes consequências para a luta pelo clima.

Neste momento, vários países parecem dispostos a desacelerar as mudanças propostas. Em dezembro passado, os EUA, a Arábia Saudita, o Kuwait e a Rússia bloquearam um relatório especial do IPCC que estabelecia a necessidade de se manter o teto dos 1,5ºC de aumento.

Algumas semanas atrás, em Bonn, na Alemanha, novas objeções da Arábia Saudita impediram que o tema entrasse em negociações da ONU.
Haverá pressão significativa sobre o país anfitrião do COP26 em 2010 para que este garanta um progresso substancial. Mas, se houver um tumulto político em torno do Brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia), o governo britânico pode não ter cacife necessário para lidar com os múltiplos desafios globais que a mudança climática apresenta.

"Se não pudermos usar esse momento para acelerar nossas ambições, não teremos chance de chegar a um limite de 1,5 ou 2ºC (de aumento da temperatura)", disse o professor Michael Jacobs, da Universidade de Sheffield, ex-assessor para Clima do ex-primeiro-ministro do Reino Unido Gordon Brown.

E isso não é tudo sobre as mudanças climáticas
Embora as decisões tomadas sobre a mudança climática no próximo ano sejam críticas, há uma série de outras reuniões importantes sobre o meio ambiente que moldarão as ações para preservação de espécies e a proteção dos oceanos nas próximas décadas.

No início deste ano, um grande estudo sobre as perdas de espécies na natureza e resultados mais amplos do impacto humano causou uma grande agitação entre governos.

O relatório da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos mostrou que até um milhão de espécies poderiam ser perdidas nas próximas décadas.
Por causa disso, os governos se reunirão na China no próximo ano para tentar chegar a um acordo que proteja animais de todos os tipos.
A Convenção sobre Diversidade Biológica é o órgão da ONU encarregado de elaborar um plano para proteger a natureza até 2030.

A reunião do próximo ano poderia levar a uma espécie de "acordo de Paris" para o mundo natural. Se houver acordo, é provável que haja ênfase na agricultura e pesca sustentáveis. Ele deverá pedir maior proteção às espécies e impor limites ao desmatamento.

No próximo ano, a Convenção das Nações Unidas sobre as Leis do Mar também se reunirá para negociar um novo tratado global sobre os oceanos.
Se tudo isso acontecer, o mundo pode ter uma chance de preservar o meio ambiente.
Pacto Global para mudança climaticas 2020.
https://www.ukcop26.org/ 

A 26a sessão da Conferência das Partes (COP 26) na UNFCCC deve ocorrer de 9 a 19 de novembro de 2020, em Glasgow, Escócia, Reino Unido.
datas: 9 a 20 de novembro de 2020
local: Glasgow, Escócia, Reino Unido
contato:
e-mail do Secretariado da UNFCCC : secretariat@unfccc.int