Séc.
16: Reforma Inglesa ou Reforma anglicana, foi uma série de eventos ocorridos no
século XVI através dos quais a Igreja da Inglaterra rompeu com a autoridade do
Papa e a Igreja Romana. A situação da Inglaterra não era diferente, com a
diferença que sua Igreja fora independente no passado, que sempre tinha mantido
uma relativa autonomia, e que recebera a influência da Pré-Reforma de John
Wycliffe.
A
Reforma Inglesa está associado a um processo mais amplo da Reforma Protestante,
um movimento políticoreligioso que afetou as práticas da fé cristã em todo o
continente europeu. Muitos fatores contribuíram para esse processo, como o
declínio do feudalismo e a ascensão do nacionalismo, o advento do Direto comum,
a invenção da prensa móvel por Gutenberg e o conseqüente aumento do número de
Bíblias disponíveis, a difusão de conhecimento e novas idéias entre acadêmicos,
as classes média e alta e os leitores em geral.
Entretanto,
a Reforma Inglesa que também abrangeu o País de Gales e a Irlanda, foi em
grande parte impulsionada por mudanças na política do governo inglês, às quais
a opinião pública foi gradativamente se acostumando.
A
decisão do rei inglês rei
Henrique VIII(1491-1547), de mudar a religião oficial do país, tornando
oficial uma igreja criada especialmente para tal propósito, com ritos similares
ao do catolicismo, mas que teria como chefe supremo o monarca inglês no lugar
do papa.
Tal
mudança foi promulgada em 1534, e deriva da recusa do papa em aceitar o
divórcio de Henrique e sua primeira esposa, a rainha espanhola Catarina de
Aragão. O resultado é o rompimento do rei inglês com a igreja católica. O
rompimento trazia a vantagem de acabar com a influência da igreja na política da Inglaterra e deixava a
nobreza local livre para apossar-se das terras e dos bens da igreja. Esses
fatores serviriam para fortalecer o poder da monarquia inglesa.
Logo
após é instituído o anglicanismo, onde o rei é reconhecido como chefe supremo
da igreja da Inglaterra.
Mediante
juramento, os ingleses deviam submeter-se ao rei e não ao papa, para evitarem
perseguições da justiça ou serem mesmo excomungados. A resistência a tais
mudanças foi mínima, com destaque para Tomas More, o autor do livro Utopia, que
recusou a conversão e foi executado.
Os
sucessores de Henrique VIII(1491-1547) teriam, porém, que lidar com uma série
de lutas religiosas internas.
No
governo de Eduardo VI (1547-1553), tentou-se implantar o calvinismo no país.
Depois, com Maria Tudor (1553-1558), filha de Catarina de Aragão, ocorre a
reação católica. O casamento da rainha com o católico Felipe II da Espanha faz
da reforma religiosa uma questão nacional. Em 1559 a rainha Elizabeth I renova
a soberania da coroa sobre a igreja e ratifica a liturgia anglicana, com a mistura de elementos
do catolicismo e da doutrina calvinista reformada.
A
Igreja da Inglaterra deixou de ser católica romana para ser católica reformada.
Contribuiu decisivamente para que a reforma de Henrique sobrevivesse o
Arcebispo de Cantuária, Thomas Cranmer, mentor teológico da reforma e
elaborador do Livro de Oração Comum, que contém a Liturgia básica utilizada na
Igreja Anglicana e que no reinado de Elizabeth se torna o líder máximo dos
anglicanos.
Ainda
hoje, a igreja anglicana continua como a corrente religiosa predominante no
Reino Unido, tendo uma posição de destaque dentro da constituição do país. Com
a expansão marítima do país, a denominação se espalha pelo mundo todo, havendo
seguidores da igreja anglicana em boa parte dos antigos territórios que faziam
parte do império britânico. O cristianismo de denominação católica segue como
segunda religião mais importante.
A reforma
Inglesa começou mais como uma disputa política do que teológica. As diferenças
políticas entre Roma e a Inglaterra permitiram que os atritos teológicos já
existentes se tornassem ainda maiores. Até o rompimento com Roma era o Papa e
os concílios gerais da Igreja que decidiam a doutrina. A Igreja da Inglaterra
era governada pelo código de direito canônico com jurisdição final em Roma. As
contribuições à Igreja eram pagas diretamente a Roma e o Papa tinha a palavra
final na nomeação dos bispos.
O rompimento
com a Igreja de Roma entrou em efeito através de uma série de atos do
Parlamento aprovados entre 1532 e 1534, dentre os quais o Ato da Supremacia,
que declarava o rei Henrique VIII como "Chefe Supremo da Igreja da
Inglaterra na Terra". Maria I renunciou a este título em 1553, quando
restaurou a jurisdição papal; mais tarde, em 1559, Elizabeth I reafirmou a
supremacia real sobre a Igreja ao adotar o título de "Governadora Suprema
da Igreja da Inglaterra". A autoridade final em disputas doutrinais e legais
agora pertencia ao monarca e o papado foi privado da arrecadação da Igreja e da
palavra final na nomeação dos bispos.
A
teologia e a liturgia da Igreja da Inglaterra se tornaram marcadamente
protestantes durante o reinado de Eduardo VI, filho de Henrique, graças às
regras estabelecidas por Thomas Cranmer, então arcebispo de Cantuária. Sob
Maria I, o processo de reforma foi revertido e a Igreja da Inglaterra foi
novamente submetida à jurisdição papal. Em seguida, Elizabeth I reintroduziu a
fé protestante, mas de uma maneira mais moderada. A estrutura e a teologia da
Igreja tornaram-se alvo de uma disputa feroz durante gerações. O aspecto
violento dessas disputas, manifestado durante a Guerra Civil Inglesa, acabou
quando o último monarca católico, Jaime II foi deposto e o Parlamento pediu a
Guilherme III e Maria II que governassem em conjunto. Além disso, após a edição
da Declaração de Direitos de 1689 (durante a Revolução Gloriosa) emergiu uma
política eclesiástica com uma igreja estabelecida e um número de pequenas
igrejas independentes cujos membros, num primeiro momento, sofreram uma série
de perseguições civis que acabaram ao longo do tempo. O legado do antigo status
quo católico permanece uma questão de discussão ainda hoje. Alguns fiéis
permaneceram católicos e, como forma de forçá-los a adotar o sistema britânico,
a Igreja deles permaneceu ilegal até o século XIX.
A
Inglaterra esteve próxima de Roma por quase mil anos antes que as duas igrejas,
divididas em 1534, durante o reinado de Henrique
VIII. A separação teológica havia sido criada dentro da igreja britânica
através de movimentos como os Lollards, mas a Reforma Inglesa obteve verdadeiro
apoio político quando Henrique VIII subiu no trono inglês em 1509.
Referências:
Falta
de padres
O
celibato é uma norma da Igreja Católica para a maioria dos padres no Ocidente –
a regra nasceu ligada à questão da propriedade dos clérigos, que passava de pai
para filho, mas ao longo dos séculos assumiu um significado mais teológico,
permitindo um “serviço”
aos fiéis de forma mais exclusiva e independente.
“Para o
indígena, o branco até pode ser celibatário, mas para eles mesmos é necessário
que um homem se junte a uma mulher e cuide da sua casa primeiro, como diz a
carta de São Paulo a Timóteo [na Bíblia]”, declarou o bispo emérito do Xingu.
“Na
Primeira Epístola a Timóteo, São Paulo lista as virtudes de um bispo: entre
elas, ser bom marido. 1 Timóteo 3”.
2009:
Diocese
Anglicana da Amazônia