sábado, 19 de março de 2022

Papa promulga a Constituição Apostólica Praedicate evangelium sobre a Cúria Romana

 

O texto contém e sistematiza muitas reformas já implementadas nos últimos anos. Entrará em vigor no dia 5 de junho, Solenidade de Pentecostes. A nova Constituição confere uma estrutura mais missionária à Cúria para que esteja cada vez mais a serviço das Igrejas particulares e da evangelização. Propaganda Fide Unificada e Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, o prefeito será o Papa.
 
Foi promulgada neste sábado, 19 de março, Solenidade de São José, a nova Constituição Apostólica sobre a Cúria Romana e seu serviço à Igreja e ao mundo Praedicate evangelium: entrará em vigor no dia 5 de junho, Solenidade de Pentecostes.
 
Fruto de um longo processo de escuta iniciado com as Congregações Gerais que antecederam o Conclave de 2013, a nova Constituição, que substitui a “Pastor Bonus” de João Paulo II - promulgada em 28 de junho de 1988 e em vigor desde 1º de março de 1989 - é constituído de 250 itens.
 
Na próxima segunda-feira, 21 de março, às 11h30, o texto será apresentado na Sala de Imprensa da Santa Sé pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, por Dom Marco Mellino, secretário do Conselho dos Cardeais, e pelo jesuíta padre Gianfranco Ghirlanda, canonista, professor emérito da Pontifícia Universidade Gregoriana.
 
O texto, como mencionado, é o resultado de um longo trabalho colegial, que se inspirou nas reuniões pré-conclave de 2013, envolveu o Conselho dos Cardeais, com reuniões de outubro de 2013 a fevereiro passado, e continuou sob a orientação do Papa com várias contribuições de Igrejas de todo o mundo.
 
Digno de nota que a nova Constituição sanciona um processo de reforma que já foi quase totalmente implementado nos últimos nove anos, por meio das fusões e ajustes realizados, que levaram ao nascimento de novos Dicastérios. O texto sublinha que "a Cúria Romana é composta pela Secretaria de Estado, pelos Dicastérios e pelos Organismos, todos juridicamente iguais entre si".
 
Entre as inovações mais significativas a esse respeito contidas no documento está a unificação do Dicastério para a Evangelização da precedente Congregação para a Evangelização dos Povos e do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização: os dois chefes de dicastério se tornam pró prefeitos, porque a prefeitura deste novo Dicastério é reservada ao Papa. De fato, a Constituição diz: “O Dicastério para a Evangelização é presidido diretamente pelo Romano Pontífice”.
 
Depois, também é instituído o Dicastério para o Serviço da Caridade, representado pela Esmolaria, que assume assim um papel mais significativo na Cúria: “O Dicastério para o Serviço da Caridade, também chamado Esmolaria Apostólica, é uma expressão especial da misericórdia e, partindo da opção pelos pobres, os vulneráveis ​​e os excluídos, exerce em qualquer parte do mundo a obra de assistência e ajuda a eles em nome do Romano Pontífice, o qual, nos casos de particular indigência ou de outra necessidade, disponibiliza pessoalmente as ajudas a serem alocadas".
A Constituição Apostólica apresenta antes de tudo, nesta ordem, os Dicastérios da Evangelização, da Doutrina da Fé e do Serviço da Caridade.
 
Outra unificação diz respeito à Comissão para a Proteção de Menores, que passa a fazer parte do Dicastério para a Doutrina da Fé, continuando a funcionar com suas próprias regras e tendo seu próprio presidente e secretário.
 
Uma parte fundamental do documento é aquela que diz respeito aos princípios gerais. No preâmbulo é recordado que todo cristão é um discípulo missionário. Fundamental, entre os princípios gerais, é a especificação de que todos - e portanto também leigos e fiéis leigos - podem ser nomeados em funções de governo da Cúria Romana, em virtude do poder vicária do Sucessor de Pedro: "Todo cristão, em virtude do Batismo, é um discípulo-missionário na medida em que encontrou o amor de Deus em Cristo Jesus. Não se pode ignorar isso na atualização da Cúria, cuja reforma, portanto, deve incluir o envolvimento de leigas e leigos, também em papéis de governança e responsabilidade".
 
Sublinha-se, ademais, que a Cúria é um instrumento ao serviço do Bispo de Roma também em benefício da Igreja universal e, portanto, dos episcopados e das Igrejas locais. "A Cúria Romana não se coloca entre o Papa e os Bispos, mas coloca-se ao serviço de ambos, segundo as modalidades que são próprias da natureza de cada um".
Outro ponto significativo diz respeito à espiritualidade: também os membros da Cúria Romana são "discípulos missionários". Destacada, em particular, a sinodalidade, como modalidade de trabalho habitual para a Cúria Romana, um caminho já em curso, a ser cada vez mais desenvolvido.
 
Entre outros aspectos contidos no documento está a definição da Secretaria de Estado como "secretaria papal", a transferência do Escritório do Pessoal da Cúria para a Secretaria para a Economia (Spe), a indicação de que a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (Apsa) deve atuar por meio da atividade instrumental do Instituto para as Obras de Religião.
 
Além disso, estabelece-se que para os clérigos e religiosos em serviço na Cúria Romana o mandato é de cinco anos e pode ser renovado por mais cinco anos, e que ao final regressem às dioceses e comunidades de referência: "Em regra, passados ​​cinco anos, os Oficiais clérigos e membros dos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica que tenham servido nas Instituições e Ofícios da Cúria voltam à pastoral na sua Diocese/Eparquia, ou nos Institutos ou Sociedades a que pertencem. Se os Superiores da Cúria Romana o julgarem oportuno, o serviço pode ser prorrogado por mais cinco anos”.
 

domingo, 4 de outubro de 2020

Publicada “Fratelli tutti”, a Encíclica social do Papa Francisco

Fraternidade e amizade social são os caminhos indicados pelo Pontífice para construir um mundo melhor, mais justo e pacífico, com o compromisso de todos: pessoas e instituições. Reafirmado com vigor o não à guerra e à globalização da indiferença.

 
Quais são os grandes ideais mas também os caminhos concretos para aqueles que querem construir um mundo mais justo e fraterno nas suas relações quotidianas, na vida social, na política e nas instituições? Esta é a pergunta à qual pretende responder, principalmente, “Fratelli tutti”: o Papa define-a como uma "Encíclica Social" (6) que toma o seu título das "Admoestações" de São Francisco de Assis, que usava essas palavras "para se dirigir a todos os irmãos e irmãs e lhes propor uma forma de vida com sabor do Evangelho" (1). A Encíclica tem como objetivo promover uma aspiração mundial à fraternidade e à amizade social. No pano de fundo, há a pandemia da Covid-19 que - revela Francisco - "irrompeu de forma inesperada quando eu estava escrevendo esta carta". Mas a emergência sanitária global mostrou que "ninguém se salva sozinho" e que chegou realmente o momento de "sonhar como uma única humanidade", na qual somos "todos irmãos". (7-8).
 
Enfim, Francisco cita o "Documento sobre a fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum", assinado por ele mesmo em 4 de fevereiro de 2019 em Abu Dhabi, junto com o Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyib: desta pedra miliar do diálogo inter-religioso, o Pontífice retoma o apelo para que, em nome da fraternidade humana, o diálogo seja adoptado como caminho, a colaboração comum como conduta, e o conhecimento mútuo como método e critério (285).
 
Caritas in veritate é uma encíclica do Papa Bento XVI que centrou-se na "articulação entre caridade e verdade" onde pede uma "autoridade política mundial". Datado em 29 de Junho de 2009, foi finalmente publicado no dia 7 de Julho de 2009.

Em 29 de Junho de 2009 papa Bento 16 pede uma "autoridade política mundial" ordene a economia mundial e que haja maior regulação governamental das economias nacionais para tirar o mundo da atual crise e evitar que ela se repita através da Encíclica Caritas in Veritate (Caridade em Verdade).

 Encíclica Caritas in Veritate, 29 de Junho do ano de 2009.
 
Encíclica Laudato Si’ do Santo Padre Francisco sobre o cuidado da Casa Comum, 24 de Maio do ano de 2015.
Fonte: Vatican News

segunda-feira, 4 de maio de 2020

14 de maio, dia de rezar pela humanidade

"Convidamos todas as pessoas, em todo o mundo, a dirigir-se a Deus rezando, suplicando, jejuando, praticando obras de misericórdia, cada pessoa, em todas as partes do mundo, segundo sua religião, fé ou doutrina, para que Ele elimine essa epidemia, nos salve desta aflição, ajude os cientistas a encontrar um remédio que a derrote e para que Ele liberte o mundo das consequências sanitárias, econômicas e humanitárias da propagação desse contágio grave", pede o alto Comitê para a Fraternidade Humana.

Oração é um valor universal recordou Francisco, ao falar da iniciativa de 14 de maio

Em uma mensagem divulgada no sábado, o Alto Comitê para a Fraternidade Humana convida todos os líderes religiosos e pessoas de todo o mundo a responder a este convite humanitário e recorrer a Deus a uma só voz, para que preserve a humanidade, a ajude a superar a pandemia, restitua a ela a segurança, a estabilidade, a saúde e a prosperidade, e torne nosso mundo, eliminada essa pandemia, mais humano e mais fraterno.

Falando sobre a iniciativa do Alto Comitê para a Fraternidade Humana que no sábado divulgou uma mensagem intitulada “Rezar pela humanidade”, onde convida os líderes religiosos e pessoas de todo o mundo a recorrer a Deus a uma só voz na quinta-feira, 14 de maio, rezando, fazendo jejum e praticando obras de misericórdia, o Papa afirmou:

E como a oração é um valor universal, acolhi a proposta do Alto Comitê para a Fraternidade Humana, para que no próximo 14 de maio os crentes de todas as religiões se unam espiritualmente em um dia de oração e jejum e obras de caridade, para implorar a Deus que ajude a humanidade a superar a pandemia de coronavírus. Recordem-se, 14 de maio, todos os crentes unidos, crentes de diversas tradições, para rezar, jejuar e praticar obras de caridade.

No texto, o Alto Comitê para a Fraternidade Humana convida todos os líderes religiosos e pessoas de todo o mundo a responder a este convite humanitário e recorrer a Deus a uma só voz, para que preserve a humanidade, a ajude a superar a pandemia, restitua a ela a segurança, a estabilidade, a saúde e a prosperidade, e torne nosso mundo, eliminada essa pandemia, mais humano e mais fraterno.

Um ano depois que o Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar assinaram o Documento sobre Fraternidade Humana, os membros do Comitê Superior que implementaram o documentose reuniram em Abu Dhabi. Na segunda-feira, eles se encontraram com a imprensa.

Fonte: Vatican News