28 de
outubro de 2019 - Organizações participaram de cúpula de
governadores que resultou em documento com orientações e compromissos assumidos
por autoridades, cientistas e sociedade civil na Amazônia
Ampliar o diálogo com a comunidade
internacional sobre a Amazônia e assumir compromissos em defesa da região, da
sua rica biodiversidade, seus povos e culturas foram o principal objetivo da 1ª
Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan-Amazônia, um encontro realizado
nesta segunda-feira (28/10), na sede da Pontifícia Academia de Ciências do
Vaticano, na cidade do Vaticano, que reuniu autoridades e representantes do poder
público de diversos países amazônicos, incluindo o Brasil, além de cientistas,
sociedade civil e a Igreja Católica.
O encontro, que aconteceu um dia após o Sínodo
do Amazônia, foi organizado pela Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano,
pelo Consórcio de Governadores da Amazônia Brasileira e pela Rede de Soluções
para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN-Amazônia).
Entre as autoridades presentes estavam o
governador do Amazonas, Wilson Lima, o cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes,
que foi relator do Sínodo da Amazônia e responsável por escrever o documento
final com as metas e compromissos deliberados pelos bispos da Igreja Católica
no Sínodo, e o reitor da Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano, o
monsenhor Marcelo Sánchez Sorondo, além do presidente do Consórcio de
Governadores da Amazônia Legal e governador do Amapá, Waldez Góes, e o
coordenador-geral da SDSN Amazônia, Virgílio Viana, que também é
superintendente da Fundação Amazonas Sustentável (FAS).
“O encontro teve como principal resultado a
troca de experiências entre os diferentes governos estaduais do Brasil e dos
países da Pan-Amazônia com a finalidade de identificar pontos de convergência
entre as necessidades dos estados amazônicos e as conclusões do Sínodo”,
explicou Virgílio Viana. “Aqui foram identificadas as diferentes ações que vão
permitir que os estados amazônicos transformem o interesse global sobre o
futuro da Amazônia em fontes de financiamento que possam gerar mais emprego e
renda e também contribuir para a redução do desmatamento e dos incêndios
florestais”.
Durante a cúpula, o governador Wilson Lima
falou em defesa da promoção da dignidade humana dentro do processo de
desenvolvimento sustentável da Amazônia. “Muito tem se falado sobre o aumento
dos instrumentos de proteção, tecnologia, mas, por mais que se tenha todos
esses instrumentos, não seremos capazes de fazer isso sem que o cidadão que
mora lá entenda a importância de se preservar. E ele só vai conseguir fazer
isso no momento em que a floresta fizer sentido para ele. Porque hoje essa
metade da população explora a floresta como uma forma de sobrevivência. E
sobreviver é condição primária”, disse.
Também participaram da cúpula os governadores
do Pará, Helder Barbalho; do Maranhão, Flávio Dino; e do Piauí, Wellington
Dias; o secretário de Assuntos de Soberania Nacional do Governo Federal do
Brasil, Fabio Mendes Marzano, e chefes do Executivo de outros oito países
amazônicos, como Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru,
Suriname e Venezuela, além de outros representantes da sociedade civil, como
Conservation Internacional (CI), GCF Task Force e Instituto de Pesquisa
Ambiental da Amazônia (Ipam).
Carta ao Papa Francisco
Ao final da cúpula, os governadores da Pan-Amazônia, cientistas e os representantes da sociedade civil assinaram uma
carta com orientações e compromissos assumidos em defesa da Amazônia. O
documento, endereçado ao Papa Francisco, a maior autoridade da Igreja Católica,
reúne 14 pontos como o reconhecimento de um estado de ameaça por qual passa a
região amazônica e um pedido de ampliação das metas estabelecidas no Acordo de
Paris já em 2020.
Sínodo da Amazônia
O Sínodo dos Bispos para a região
Pan-Amazônica foi um encontro entre bispos da Igreja Católica que aconteceu
entre 6 e 27 de outubro na cidade do Vaticano com objetivo de identificar novos
caminhos para a evangelização na região. Entre outros pontos estavam a defesa
dos povos indígenas, ribeirinhos e suas culturas e a defesa da biodiversidade
da região.
Sobre a SDSN
A SDSN é
uma Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (Sustainable
Development Solutions Network) que existe desde 2012 com o objetivo de engajar
a academia, sociedade civil e o setor privado a promoverem a resolução prática
aos desafios do desenvolvimento sustentável do planeta, implementando uma
agenda relacionada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e ao Acordo de
Paris, em escala local, nacional e global. A SDSN-Amazônia é a regional da SDSN na região amazônica e que
mobiliza os países da bacia amazônica como Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador,
Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.
Sobre a FAS
A Fundação Amazonas Sustentável (FAS)
é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos
político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do
que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de
qualidade de vida dos povos que vivem na floresta. Por meio de programas e
projetos, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de
Conservação do Estado, em cooperação com a Sema e apoio do Fundo
Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.
Fonte: Fas-amazonas
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