Segundo o secretário do Conselho
de Cardeais, dom Marcello Semeraro, o rascunho da nova Constituição Apostólica
sobre a Cúria Romana
cujo título provisório é “Praedicate evangelium” chegará no mês de setembro ou
no máximo até o final do ano, às mãos do Papa Francisco.
O diretor interino da Sala de
Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, ilustrou os trabalhos da 30ª Reunião
do Conselho de Cardeais, no briefing conclusivo realizado, nesta quinta-feira
(27/06), junto com o secretário do Conselho de Cardeais, dom Marcello Semeraro,
bispo de Albano.
A reunião
do Conselho de Cardeais teve início na última terça-feira, 25, no Vaticano, na
presença do Papa Francisco, e se conclui nesta quinta.
Em debate, a nova Constituição
Apostólica sobre a Cúria Romana cujo título provisório é “Praedicate
evangelium” que “chegará no mês de setembro ou no máximo até o final do ano, às
mãos do Papa Francisco que depois fará a aprovação final”, disse dom Semeraro.
O importante
documento pontifício deverá substituir a atual Constituição apostólica “Pastor Bonus” de São João Paulo II, em vigor desde 28 de junho de 1988, composta por
193 artigos, 2 Adnexum e as sucessivas modificações introduzidas com 3 Motu
proprio de Bento XVI (2011, 2013 e 2013) e 1 Motu proprio de Francisco (2014).
Ênfase na missão e consulta
“O ponto de virada missionária,
fortemente desejado pelo Papa Francisco e já descrito na Evangelii Gaudium”,
disse dom Semeraro, “é evidente no esboço do texto em que ressoa o “ide e
pregai em todo o mundo”, presente no Evangelho de Marcos que hoje mais do que
nunca deve ser lido no contexto em contínua transformação em que o anúncio da
Boa Nova deve saber entrar. O prelado também sublinhou a intensa atividade de
consulta e escuta para a nova Constituição, que será seguida pela redação do
texto definitivo a ser submetido ao Santo Padre para a aprovação final.
Respostas
“Quase todos os dicastérios da Cúria
Romama deram uma primeira resposta e forneceram sugestões e contribuições,
acolhidas favoravelmente pelo Conselho de Cardeais”, prosseguiu dom Semeraro.
O rascunho do texto, aprovado pelo
Conselho, foi enviado, além dos dicastérios, aos presidentes das Conferências
Episcopais, aos Sínodos das Igrejas Orientais, aos núncios apostólicos, às
Conferências dos Superiores e Superioras Maiores e a algumas Universidades
Pontifícias que continuam enviando suas respostas.
“O primeiro feedback absoluto veio
da Conferência Episcopal Alemã”, acrescentou dom Semeraro, convencido de que
esta forma de sinodalidade está em sintonia com a exigida pelo Papa, ou seja,
uma sinodalidade não em termos de lugares de decisão, mas de lugares de escuta
recíproca e decisões amadurecidas pela escuta.
Outros temas presentes no
documento
A Cúria é um organismo de serviço
e é bom que prossiga no caminho da mudança e da reforma para que esse serviço
seja principalmente eclesial e depois capaz de responder aos desafios do mundo
e da Igreja aos quais se coloca a serviço.
Respondendo as perguntas dos
jornalistas, dom Semeraro disse que no esboço há aspectos relativos à promoção
da vida e sua tutela, e também aspectos relativos ao ambiente, cultura e
atenção ao esporte e sobre a presença das mulheres na Igreja não apenas como
membros de dicastérios e escritórios, mas em papeis importantes e na gestão.
A norma sobre o Papa emérito não
está incluída no rascunho, porque essa figura não faz parte da Cúria. Quanto ao
fato de que o Conselho de Cardeais nasceu como C9 e agora foi reduzido a C6,
Semeraro recordou que “o número de membros é decidido pelo Papa. No entanto,
tendo agora chegado à conclusão de um tipo de atividade que diz respeito à
reforma da Cúria, o Papa considerou oportuno continuar o discurso com os que já
estavam no início”.
Participantes dos trabalhos
Segundo uma nota oficial da Sala
de Imprensa da Santa Sé, o Conselho de Cardeais se reuniu por três dias: terça
25, quarta 26, e quinta 27 deste mês. Estiveram presentes os cardeais: Pietro
Parolin, Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, Reinhard Marx, Seán Patrick
O’Malley, Giuseppe Bertello e Oswald Gracias. Estiveram presentes também o
secretário do Conselho de Cardeais, dom Marcello Semeraro, e o secretário
adjunto, dom Marco Mellino. O Papa Francisco participou dos trabalhos. Esteve
ausente na quarta-feira de manhã, por causa da Audiência Geral, e na manhã
desta quinta-feira, por causa de várias audiências na Residência Apostólica
Vaticana.
Desempenho dos trabalhos
As sessões de trabalho se
realizaram na parte da manhã, de 9 às 12h30, e na parte da tarde das 16h30 às
19h. Durante a reunião, por desejo expresso pelo Papa Francisco, foi ilustrada
uma parte das observações enviadas ao Conselho de Cardeais.
Dom Mellino ilustrou as propostas
ao Papa e ao Conselho, segundo esta ordem: 1) Observações gerais sobre o texto
enviado; 2) Questões fundamentais a serem resolvidas antes de examinar o texto;
3) Ilustração das observações específicas recebidas. Continua a consulta, que
registrou a resposta de todos os Dicastérios da Cúria Romana e das Pontifícias
Universidades de Roma, a fim de permitir a resposta das Conferências Episcopais
que não puderam respeitar o prazo.
Próxima reunião
Junto com a atividade de estudo e
confronto das respostas recebidas durante a consulta, na terça-feira, 25 de
junho, às 11h, houve a apresentação de mons. Pio Vito Pinto, decano da Rota
Romana, que refletiu sobre as atividades dos Dicastérios que têm competência em
questões jurídicas.
A 30ª Reunião do
Conselho de Cardeais se conclui às 17.30 desta quinta-feira, 27, a fim de
permitir a participação na missa, às 18h, celebrada pelo Papa Francisco no
Altar da Cátedra da Basílica Vaticana, do 50º aniversário de matrimônio do
secretário da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), Guzmán
Carriquiry Lecour, com Lídice María Gómez Mango.
A próxima Reunião do Conselho de Cardeais se realizará nos dias 17, 18 e 19 de setembro de 2019.
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