quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Reforma Inglesa e viri probati

Séc. 16: Reforma Inglesa ou Reforma anglicana, foi uma série de eventos ocorridos no século XVI através dos quais a Igreja da Inglaterra rompeu com a autoridade do Papa e a Igreja Romana. A situação da Inglaterra não era diferente, com a diferença que sua Igreja fora independente no passado, que sempre tinha mantido uma relativa autonomia, e que recebera a influência da Pré-Reforma de John Wycliffe.

Sobre Rei Henrique VIII (8) (1491-1547)
A Reforma Inglesa está associado a um processo mais amplo da Reforma Protestante, um movimento políticoreligioso que afetou as práticas da fé cristã em todo o continente europeu. Muitos fatores contribuíram para esse processo, como o declínio do feudalismo e a ascensão do nacionalismo, o advento do Direto comum, a invenção da prensa móvel por Gutenberg e o conseqüente aumento do número de Bíblias disponíveis, a difusão de conhecimento e novas idéias entre acadêmicos, as classes média e alta e os leitores em geral.

Entretanto, a Reforma Inglesa que também abrangeu o País de Gales e a Irlanda, foi em grande parte impulsionada por mudanças na política do governo inglês, às quais a opinião pública foi gradativamente se acostumando.

A decisão do rei inglês rei Henrique VIII(1491-1547), de mudar a religião oficial do país, tornando oficial uma igreja criada especialmente para tal propósito, com ritos similares ao do catolicismo, mas que teria como chefe supremo o monarca inglês no lugar do papa.

Tal mudança foi promulgada em 1534, e deriva da recusa do papa em aceitar o divórcio de Henrique e sua primeira esposa, a rainha espanhola Catarina de Aragão. O resultado é o rompimento do rei inglês com a igreja católica. O rompimento trazia a vantagem de acabar com a influência da igreja na política da Inglaterra e deixava a nobreza local livre para apossar-se das terras e dos bens da igreja. Esses fatores serviriam para fortalecer o poder da monarquia inglesa.

Logo após é instituído o anglicanismo, onde o rei é reconhecido como chefe supremo da igreja da Inglaterra.
Mediante juramento, os ingleses deviam submeter-se ao rei e não ao papa, para evitarem perseguições da justiça ou serem mesmo excomungados. A resistência a tais mudanças foi mínima, com destaque para Tomas More, o autor do livro Utopia, que recusou a conversão e foi executado.
Os sucessores de Henrique VIII(1491-1547) teriam, porém, que lidar com uma série de lutas religiosas internas.

No governo de Eduardo VI (1547-1553), tentou-se implantar o calvinismo no país. Depois, com Maria Tudor (1553-1558), filha de Catarina de Aragão, ocorre a reação católica. O casamento da rainha com o católico Felipe II da Espanha faz da reforma religiosa uma questão nacional. Em 1559 a rainha Elizabeth I renova a soberania da coroa sobre a igreja e ratifica a liturgia anglicana, com a mistura de elementos do catolicismo e da doutrina calvinista reformada.

A Igreja da Inglaterra deixou de ser católica romana para ser católica reformada. Contribuiu decisivamente para que a reforma de Henrique sobrevivesse o Arcebispo de Cantuária, Thomas Cranmer, mentor teológico da reforma e elaborador do Livro de Oração Comum, que contém a Liturgia básica utilizada na Igreja Anglicana e que no reinado de Elizabeth se torna o líder máximo dos anglicanos.

Ainda hoje, a igreja anglicana continua como a corrente religiosa predominante no Reino Unido, tendo uma posição de destaque dentro da constituição do país. Com a expansão marítima do país, a denominação se espalha pelo mundo todo, havendo seguidores da igreja anglicana em boa parte dos antigos territórios que faziam parte do império britânico. O cristianismo de denominação católica segue como segunda religião mais importante.

A reforma Inglesa começou mais como uma disputa política do que teológica. As diferenças políticas entre Roma e a Inglaterra permitiram que os atritos teológicos já existentes se tornassem ainda maiores. Até o rompimento com Roma era o Papa e os concílios gerais da Igreja que decidiam a doutrina. A Igreja da Inglaterra era governada pelo código de direito canônico com jurisdição final em Roma. As contribuições à Igreja eram pagas diretamente a Roma e o Papa tinha a palavra final na nomeação dos bispos.

O rompimento com a Igreja de Roma entrou em efeito através de uma série de atos do Parlamento aprovados entre 1532 e 1534, dentre os quais o Ato da Supremacia, que declarava o rei Henrique VIII como "Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra na Terra". Maria I renunciou a este título em 1553, quando restaurou a jurisdição papal; mais tarde, em 1559, Elizabeth I reafirmou a supremacia real sobre a Igreja ao adotar o título de "Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra". A autoridade final em disputas doutrinais e legais agora pertencia ao monarca e o papado foi privado da arrecadação da Igreja e da palavra final na nomeação dos bispos.

A teologia e a liturgia da Igreja da Inglaterra se tornaram marcadamente protestantes durante o reinado de Eduardo VI, filho de Henrique, graças às regras estabelecidas por Thomas Cranmer, então arcebispo de Cantuária. Sob Maria I, o processo de reforma foi revertido e a Igreja da Inglaterra foi novamente submetida à jurisdição papal. Em seguida, Elizabeth I reintroduziu a fé protestante, mas de uma maneira mais moderada. A estrutura e a teologia da Igreja tornaram-se alvo de uma disputa feroz durante gerações. O aspecto violento dessas disputas, manifestado durante a Guerra Civil Inglesa, acabou quando o último monarca católico, Jaime II foi deposto e o Parlamento pediu a Guilherme III e Maria II que governassem em conjunto. Além disso, após a edição da Declaração de Direitos de 1689 (durante a Revolução Gloriosa) emergiu uma política eclesiástica com uma igreja estabelecida e um número de pequenas igrejas independentes cujos membros, num primeiro momento, sofreram uma série de perseguições civis que acabaram ao longo do tempo. O legado do antigo status quo católico permanece uma questão de discussão ainda hoje. Alguns fiéis permaneceram católicos e, como forma de forçá-los a adotar o sistema britânico, a Igreja deles permaneceu ilegal até o século XIX.

A Inglaterra esteve próxima de Roma por quase mil anos antes que as duas igrejas, divididas em 1534, durante o reinado de Henrique VIII. A separação teológica havia sido criada dentro da igreja britânica através de movimentos como os Lollards, mas a Reforma Inglesa obteve verdadeiro apoio político quando Henrique VIII subiu no trono inglês em 1509.

Referências:
Henrique VIII de Inglaterra página oficial da monarquia britânica

Falta de padres
O celibato é uma norma da Igreja Católica para a maioria dos padres no Ocidente – a regra nasceu ligada à questão da propriedade dos clérigos, que passava de pai para filho, mas ao longo dos séculos assumiu um significado mais teológico, permitindo um “serviço” aos fiéis de forma mais exclusiva e independente.

Nas igrejas de tradição oriental, o celibato não é obrigatório, assim como na Igreja Ortodoxa. Além disso, o Papa Bento XVI abriu a possibilidade para que padres anglicanos casados pudessem se converter ao catolicismo e manterem suas famílias mesmo depois que virassem padres católicos.

“Para o indígena, o branco até pode ser celibatário, mas para eles mesmos é necessário que um homem se junte a uma mulher e cuide da sua casa primeiro, como diz a carta de São Paulo a Timóteo [na Bíblia]”, declarou o bispo emérito do Xingu.
“Na Primeira Epístola a Timóteo, São Paulo lista as virtudes de um bispo: entre elas, ser bom marido. 1 Timóteo 3”.


2009:

Diocese Anglicana da Amazônia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Site IUPAN.

Será feita moderação em casos de desrespeito, xingamentos, palavrões, propagandas sem autorização (spam).