Ex-jesuíta Thomáz de Aquino Lisboa, que largou a
religião para viver com os índios em MT, representa a Igreja que querem
produzir no Sínodo.
O Papa Francisco não está brincando. Ele realmente quer
fazer uma nova estrutura no catolicismo, tal como se conhece atualmente e
gestar uma nova religião a partir da estrutura da Igreja Católica. O documento
preparatório do Sínodo
da Amazônia não deixa margens para dúvida.
Embora o que chame imediatamente a atenção seja a
solicitação de novas formas de ministério para a Igreja da Amazônia, a raiz da
questão é muito mais profunda. O nº 129 do Instrumentum Laboris, de fato,
diz que “afirmando que o celibato é uma dádiva para a Igreja, pede-se que, para
as áreas mais remotas da região, se estude a possibilidade da ordenação
sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e
reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e
estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e
sustentem a vida cristã”. Trata-se da velha requisição de que se ordene homens
casados.
Pois, um pouco antes, no nº. 126, o documento afirma que
“constata-se a necessidade de um processo de discernimento em relação aos
ritos, símbolos e estilos celebrativos das culturas indígenas em contato com a
natureza, os quais devem ser assumidos no ritual litúrgico e sacramental. É
necessário prestar atenção para captar o verdadeiro sentido do símbolo que
transcende o meramente estético e folclórico, concretamente na iniciação cristã
e no matrimônio. Sugere-se que as celebrações sejam festivas, com suas próprias
músicas e danças, em línguas e com trajes originários, em comunhão com a
natureza e com a comunidade. Uma liturgia que corresponda à sua própria
cultura, para poder ser fonte e ápice de sua vida cristã, e ligada às suas
lutas, sofrimentos e alegrias”.
A doutrina permanece intacta! O que faremos é apenas uma
releitura dela, ressignificando-a completamente a ponto de se inventar uma nova
religião. Afinal, não é o que o nº. 138 aprecia nos protestantes que atuam na
Amazônia? Para os redatores deste documento naturalista, as seitas “nos mostram
outro modo de ser Igreja, onde o povo se sente protagonista, onde os fiéis
podem expressar-se livremente, sem censuras, dogmatismos, nem disciplinas
rituais”.
Eles querem, de fato, gestar uma Igreja com DNA Amazônico,
ecologista, multiculturalista, indígena, tribalista! É disso que se trata.
Chega a ser absurdo que o Papa Francisco, embora
escondendo-se sob a máscara sinodal, coloque-se tão flagrantemente em
desconexão com o sensus fidei do povo
católico. A pressa em demolir a Igreja é tão acelerada que já não consegue mais
disfarçar uma fachada de catolicismo.
Alguns papas recentes também foram reformistas, mas eles
tinham a preocupação de manter ainda aquela aparência católica que
tranquilizava a alma. Agora, não. É sem anestesia, mesmo!
E o fato de que toda esta Babel se torna cada dia mais
manifesta aos olhos dos simples fiéis será a circunstância de que se servirá a
Providência para impelir a reação do povo Católico.
Neste ínterim, a estrutura eclesiástica se perverte cada dia
com mais força, a fé é dissolvida no paganismo e a Igreja perece no mais
inegável mundanismo. Semana passada, por exemplo, um bispo
chileno recém-nomeado teve de renunciar não por ter dito uma heresia, mas
porque falou coisas politicamente incorretas. A ditadura da opinião prevalece,
invicta, sobre o clero moderno.
Até quando os fiéis ficarão calados? Até quando assistiram,
omissos, o desmonte da sua religião? Os avisos de Fátima são eloquentes! “O
dogma da fé” foi o apelo da Virgem. Quem não curvará sua cabeça diante da
impostura?
E como sinal do que sairá dessa “independência” – que seria
mais correto etimologicamente chamar de “cisma” – o bispo pressagia que
mulheres oficiarão cultos religiosos e conduzirão a vida diocesana. “O rosto da
igreja local é feminino”.
Nada disto é muito novo. Já vinha sendo “cozinhado” há pelo
menos décadas, por exemplo, no secreto “Pacto
das Catacumbas” promovido por Dom Helder Câmara durante o Concílio Vaticano II.
O Pacto é renovado ciclicamente em celebrações catacumbais
em Roma. Nele foram sendo iniciadas novas gerações de bispos. Suas subversivas
ideias religiosas penetraram os documentos conciliares e incendiaram as
turbulentas comoções do período pós-conciliar.
Para evitar que qualquer bispo saia da linha pré-escrita os
organizadores do Sínodo, presididos pelo Cardeal
Claudio Hummes por indicação do Papa Francisco, elaboraram um Documento
Preparatório do Sínodo dos Bispos para a Assembleia Especial para a
Pan-Amazônia.
Em poucas palavras, ou se aceita o cangaço do erro imoral
contrário a Cristo ou … chibata!
Essa parece ser a atitude de fundo que inspira as metas
“cozinhadas” pelos teólogos do comuno-progressismo para o próximo Sínodo
Pan-Amazônico.
O incrível é que esse anticatolicismo todo esteja sendo
promovido com o pretexto de trabalhar pela ecologia!
A base de conversões.
Seguindo a proposta da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM),
o documento se estrutura com base nas três conversões às quais nos convida o
Papa Francisco: a conversão pastoral, a qual nos chama através da
Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (ver-escutar);
a conversão ecológica, mediante a Encíclica Laudato Si’, que
orienta o rumo (julgar-atuar); e a conversão à sinodalidade eclesial,
através da Constituição Apostólica Episcopalis Communio, que
estrutura o caminhar juntos (julgar-atuar). Tudo isto, num processo dinâmico de
escuta e discernimento dos novos caminhos, ao longo dos quais a Igreja na
Amazônia anunciará o Evangelho de Jesus Cristo durante os próximos anos.
Instrumentum Laboris do Sínodo Amazônico nº. 5
Instrumentum Laboris do Sínodo Amazônico nº. 5
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