Em carta, clérigos e
teólogos conservadores acusam Francisco de heresia por suas posições
controversas sobre casamento, homossexualidade e outras religiões
O papa Francisco está
sendo acusado de heresia por um grupo de sacerdotes e teólogos. A denúncia,
explicitada em carta divulgada em 30 de abril, é uma das mais graves acusações
que podem ser feitas contra um clérigo e vem provocando crescente enfrentamento
entre católicos ultraconservadores e moderados.
Nesta
segunda-feira, 13, o número de signatários da carta aberta chegou a 86, segundo
o portal de notícias religiosas LifeSiteNews, que divulgou o documento. Até
agora, contudo, não foi endossada publicamente por nenhum cardeal ou bispo.
Na mensagem de 20 páginas, os religiosos conservadores pedem
que o conjunto dos bispos católicos investigue Francisco pelo “delito canônico
da heresia” e pregam que outros sacerdotes
critiquem o papa publicamente.
Dizem ainda
que decidiram tomar essa medida “como último recurso” para responder ao dano
causado pelas palavras e ações do papa Francisco, “que deram lugar a uma das
piores crises da história da Igreja
Católica”.
Os motivos para a acusação contra o papa, segundo os
signatários, residem principalmente no fato de ele ter suavizado posições e, na
opinião deles, se colocado contra os mandamentos da Igreja.
Os
estudiosos afirmam que Francisco tem dado sinais de abertura do Vaticano a
homossexuais (Amoris Laetitia, 250 e 251, pg: 198) e divorciados, tem se aproximado demais de outras religiões e não
tem sido enfático o suficiente em condenar o aborto. A carta traz ainda
transcrições de declarações públicas e documentos assinados pelo papa para
comprovar sua heresia.
Em um
trecho do documento, o pontífice é acusado de aceitar que católicos divorciados
e recasados civilmente possam ser admitidos, em certas circunstâncias, à
comunhão.
A denúncia se refere principalmente ao documento Amoris Laetitia (A Alegria do Amor, em tradução livre), publicado por
Francisco após o sínodo da família, realizado entre 2014 e 2015, para discutir
mudanças na relação da Igreja com os fiéis.
Na declaração, o papa pede uma Igreja menos rígida e mais
cheia de compaixão diante de qualquer membro “imperfeito”, como os divorciados
e os fiéis que estão no segundo casamento civil. Na reunião de bispos, também
se discutiu a possibilidade de comungar divorciados que se casaram novamente —
desde que haja discernimento e uma preparação. A Igreja Católica considera
o casamento indissolúvel e o novo casamento, um adultério.
Os signatários da carta aberta afirmam ainda que Francisco
“protegeu e promoveu” clérigos homossexuais ativos e acredita que “a atividade
homossexual não é gravemente pecaminosa”. O pontífice já recebeu
transexuais e chegou a dizer que aqueles que rejeitam homossexuais “não têm
coração”.
Amoris Laetitia, 251, pg: 198.
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