Líderes empresariais devem estabelecer metas de
clima mais ambiciosas
O enviado especial da ONU para a Cúpula do Clima de
2019, Luiz Alfonso de Alba, lançou hoje (05 Fev. 2019), no Brasil, uma ação mundial do Pacto Global que clama pelo estabelecimento de metas baseadas na
ciência, por parte das empresas signatárias, que permitam que a elevação da
temperatura da terra não ultrapasse 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais. De
Alba fez um pedido especial ao setor privado brasileiro durante evento
organizado pela Rede Brasil nesta tarde, no Rio de Janeiro
No período que antecede a Cúpula do Clima do
secretário-geral da ONU, que ocorrerá em 23 de setembro, em Nova York, os CEOs
estão sendo desafiados a estabelecer metas ainda mais ambiciosas para suas
empresas, alinhadas ao relatório do
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que
advoga pela limitação da elevação da temperatura global em 1,5 °C acima dos
níveis pré-industriais.
O apelo à ação vem na forma de uma carta aberta dirigida a líderes
empresariais e assinada por Lise Kingo, CEO e diretora-executiva do Pacto
Global da ONU, uma das organizações que integram a Science Based
Targets initiative, e por 20 líderes, incluindo a sra. María
Fernanda Espinosa Garcés, presidente da Assembleia Geral da ONU, Patricia
Espinosa, secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas, Jayathma Wickramanayake, enviado do secretário-geral da
ONU para a Juventude, e Paul Polman, defensor dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) ex-CEO da Unilever.
“Até 2020, precisamos
de planos concretos e realistas para reduzir as emissões de gases de efeito
estufa em 45% durante a próxima década e zerar até 2050”, disse o embaixador
Luis Alfonso de Alba, enviado especial da ONU para a Cúpula do Clima de 2019 e
um dos signatários da carta. “As mudanças do clima requerem um esforço sem
precedentes de todos os setores da sociedade e liderança empresarial
demonstrada no estabelecimento de metas baseadas na ciência e relacionadas ao
aumento de 1.5 °C. Esse tipo de atitude enviará fortes sinais de que estamos
buscando identificar soluções escaláveis e replicáveis necessárias para
garantir um mundo onde ninguém é deixado para trás". Luis Alfonso de Alba
foi destaque no evento Exclusive Dialogue on Climate Action, promovido
pela Rede Brasil nesta quinta-feira, 13, para sensibilizar CEOs e diretores de
empresas brasileiras sobre a ação climática.
"Temos
menos de 11 anos para mudar fundamentalmente nossas economias ou iremos nos
deparar com consequências catastróficas", disse Lise Kingo. “Pela
primeira vez estamos vendo líderes empresariais e climáticos unirem-se em torno
de um call-to-action comum, enviando um poderoso sinal de que a definição de
metas baseadas em ciência apresenta uma oportunidade significativa para as
empresas avançarem no combate às mudanças do clima, limitando o aumento da
temperatura da terra a 1,5 °C.”
Entre os signatários da carta, publicada no site do
Pacto
Global da ONU,estão John Denton, secretário-geral da Câmara
Internacional de Comércio, Paul Simpson, CEO do CDP, Andrew Steer, CEO do
Instituto de Recursos Mundiais, Manuel Pulgar Vidal, líder em Práticas de Clima
e Energia na WWF, Nigel Topping, CEO da We Mean Business, Anand Mahindra,
presidente do Grupo Mahindra, Halla Tómasdóttir, CEO da The B Team, entre
outros.
A oportunidade econômica apresentada pela adoção de
uma ação climática ousada é significativa, com evidências sugerindo que essas
empresas alinhadas à meta de 1,5 °C estarão em melhor posição para prosperar à
medida que a economia global passa por uma transição para um futuro com zero
emissões em 2050.
O call-to-action pede às empresas que
estabeleçam metas científicas verificáveis por meio da Science Based Targets Initiative (SBTi)
– que avalia de forma independente as metas corporativas de redução de emissões
a partir das melhores práticas científicas e, até o momento, verificou os
objetivos de mais de 200 empresas. Em abril de 2019, o SBTi lançou novos
recursos de validação para permitir que as empresas definam metas consistentes
com a manutenção do aumento da temperatura da terra em 1,5 °C.
Os líderes empresariais que comprometerem suas
organizações aos objetivos relacionados ao aumento de 1,5 °C serão reconhecidos
no Fórum do Setor Privado do Pacto Global da ONU, em Nova York, em 23 de
setembro, que integra a programação da Cúpula do Clima.
Após a adesão voluntária, na COP 15, em Copenhague, o Brasil ratificou o compromisso em território nacional por meio da Lei federal nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009. A legislação institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) e estabelece “ações de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, com vistas em reduzir entre 36,1% e 38,9% suas emissões projetadas até 2020”.
Saída dos EUA do acordo do Clima em Paris.
Saída dos EUA do acordo do Clima em Paris.
No Brasil
No país, a Rede Brasil do Pacto Global criou o
Action4Climate Brazil, um programa composto por projetos e ações nas frentes de
mitigação, adaptação e meios de implementação – que se referem a finanças
climáticas e engajamento em políticas públicas. Inclui atividades de
identificação de cenários climáticos, avaliação de vulnerabilidades, sensibilização
da cadeia de valor de seus membros e capacitações e eventos para subsidiar a
rede, direcionando esforços para que as participantes estabeleçam compromissos
públicos e metas baseadas na ciência.
Fonte: PactoGlobal.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Site IUPAN.
Será feita moderação em casos de desrespeito, xingamentos, palavrões, propagandas sem autorização (spam).