Os países do G20, menos os Estados Unidos, chegaram a um consenso sobre o clima no
texto da declaração final da reunião anual realizada em Osaka, de acordo com o
primeiro-ministro espanhol. Pedro Sánchez lamentou que os EUA não entrem nesse
consenso, como já aconteceu no último G20 em Buenos Aires, mas disse que “não
foram dados passos para trás” nessa questão porque há 19 países que têm um
consenso muito claro e somente a Administração de Donald Trump insiste em não
participar. Para as delegações europeias, entre elas a da Espanha, que uniram
forças até o último minuto para forçar uma declaração nítida nesse assunto,
mesmo com o risco de que os EUA ficassem de fora, como aconteceu afinal, é
muito importante que Trump não tenha sido capaz de convencer outros líderes a
seguir seu ceticismo sobre o Acordo de Paris.
Reunião Ministerial sobre Transições de Energia e Ambiente Global para o Crescimento Sustentável (15 a 16 de junho de 2019)
Reunião Ministerial sobre Transições de Energia e Ambiente Global para o Crescimento Sustentável (15 a 16 de junho de 2019)
O temor era que especialmente o Brasil,
agora liderado por Jair
Bolsonaro, pudesse acompanhar Trump, mas isso não ocorreu e os EUA
ficaram sozinhos em sua recusa. A chanceler alemã, Angela Merkel, e o
presidente francês, Emmanuel
Macron, fizeram questão durante toda a cúpula de que esse assunto fosse
colocado nitidamente no documento final. Sánchez lamentou que os EUA não
acompanhassem o restante, mas disse que é importante mostrar o consenso de
todos os demais em foros como o G20 entre outras coisas para enviar também uma
mensagem à opinião pública dos EUA de que seu presidente está sozinho no mundo
nessa resistência. Os acordos são muito mais fáceis de se conseguir em questões
de mudança climática quando se limitam ao âmbito europeu, onde Trump não entra,
disse Sánchez.
A tradicional declaração final das reuniões desse grupo, que
agrega as 20 principais economias mundiais, foi afetada nos últimos anos pela
negativa do presidente norte-americano a assinar um texto onde aparece uma
declaração firme em favor da luta contra a mudança climática.
Na reunião de Osaka, da mesma forma que já aconteceu no ano passado na de Buenos
Aires, ocorrerá uma “declaração 19 mais 1”, disse Merkel, ou seja, um
apoio de todos os países do G20, menos os Estados Unidos, ao Acordo de Paris
sobre o clima de 2015.
Nos últimos dias os diplomatas presentes em Osaka falaram da
possibilidade de que vários países emergentes não assinassem o texto, seguindo
a linha dos Estados Unidos. Mas por fim 19 países “reafirmaram seu apoio ao
Acordo de Paris”, frisou a presidência.
Merkel, que disse que sobre o clima haveria uma “declaração
semelhante” à da reunião do ano passado, também afirmou que “sobre o comércio
temos o mesmo resultado de Buenos Aires”. É, particularmente, “um compromisso
por um comércio internacional justo, transparente e sem discriminação” que
também pede “mais uma vez a urgência de se reformar a Organização Mundial do Comércio
(OMC)”, indicou.
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